A moda é reconhecida como uma indústria de alto risco devido aos abusos de trabalhadores, em parte essas situações ficam encobertas em função das complexas e difusas cadeias internacionais de fornecimento. Muitas vezes não se sabe quem são os fornecedores e onde eles estão, dificultando a identificação do trabalho forçado.
O trabalho forçado é um fenômeno global e dinâmico, que pode assumir diversas formas, incluindo a servidão por dívidas, o tráfico de pessoas e outras formas
A ONG Open Apparel Registry (OAR) busca aumentar a transparência para trabalhadores e empresas nas cadeias de fornecimento, que muitas vezes se encontram em condições desagradáveis, identificando cada fábrica por nome, endereço e localização geográfica em mapa. A Fundação C&A, em parceria com a Thomson Reuters Foundation, financiou o desenvolvimento de uma poderosa ferramenta com potencial para ajudar marcas e varejistas na identificação das empresas que operam fora das regras. Apesar de ser uma iniciativa ainda incipiente, espera-se que a credibilidade das fábricas sérias seja reforçada através da transparência de práticas e relacionamento entre fornecedores.
“Isso ajudará os grupos da sociedade civil a identificarem quem são os fornecedores de uma determinada fábrica quando surgirem problemas. Por fim, isso também ajudará os trabalhadores a terem acesso a soluções mais rápidas”, disse Leslie Johnson, diretora da Fundação C&A em uma coletiva de imprensa em Londres. Um número crescente de grandes marcas, da gigante de roupas esportivas Adidas aos varejistas de moda H&M, estão compartilhando informações sobre suas cadeias de fornecimento em meio à crescente pressão regulatória e do consumidor sobre as empresas para garantir que seus produtos sejam livres de mão de obra escrava ou em condições insalubres.
A iniciativa da OAR reúne dados divulgados por marcas, grupos de fábricas, governos e outras fontes e permite que os usuários pesquisem fábricas por nomes de marcas e endereços. (acesse o site e mapa da OAR aqui) Estima-se que mais de 25 milhões de pessoas em todo o mundo estiveram envolvidas em trabalho forçado em 2016, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Essa iniciativa é mais do que bem vinda para transformar o ambiente corporativo da moda em um negócio mais sólido, ético e, por que não, rentável. Aliás, não são poucos os casos de aumento da rentabilidade quando a ética faz realmente parte do core business e não apenas como instrumento de marketing e comunicação.
E sua empresa, já usa mapas para buscar mais eficiência, credibilidade e melhores resultados?